domingo, 17 de maio de 2009

RSS x Google Reader

Tenho que confessar, nunca havia usado qualquer um desses leitores de feeds. Desde o começo da minha carreira no jornalismo online, apresento sintomas de duas doenças: a ronda compulsiva dos sites interessantes para apuração e o monitoramento esquizofrênico dos concorrentes para saber se publicaram algo que o meu não tenha ainda.

Apresentado melhor a essas ferramentas no curso e motivado a usá-las pelo exercício, experimentei, um pouquinho só se for levar em conta o universo de funcionalidades que elas disponibilizam aos usuários. Bom, vamos lá à análise de cada uma. Sempre lembrando que minhas impressões são sob o ponto de vista de um jornalista que trabalha especificamente com produção e edição de hard news para sites de veículos de comunicação de massa, levando em conta todo o impacto que essas funções têm na organização do tempo de trabalho.

Usei o Feedreader 3.14 como leitor de RSS e pude comprovar o seguinte. Serve como um alerta muito bom para quem trabalha com a produção de hard news num site. Mas não adianta tanta coisa assim para um jornalista eficiente que “dê um F5” com a frequência necessária na lista de plantões dos sites interessantes para apuração e nos concorrentes. A quantidade de avisos acaba sendo proporcional ao de refreshs nas diversas guias abertas (browsers antigamente), no limite que a máquina humana suportar. Acho que dá para trabalhar bem das duas formas.

Agora, precisar fazer download e só poder usar em um computador? Perder a mobilidade de acessar de qualquer lugar? Para jornalistas que estão cada vez mais tendo que produzir de qualquer lugar onde exista conexão, acho um atraso. O próprio monitoramento “à antiga” que citei acima, pelo F5, funciona melhor nesse quesito.

O Google Reader apresenta esta clara vantagem em relação ao Feedreader, de poder ser acessado de qualquer lugar. Integrado ao perfil de e-mail que quase todo mundo tem, ainda apresenta os benefícios de poder ser organizado de uma forma mais amigável e ainda abrir ao compartilhamento tão educadamente responsável nesses tempos de redes sociais e alta interatividade entre os conectados.

Posso parecer aqui um “dinossauro do jornalismo online” e passar uma impressão precipitada do que pouco usei até agora, mas achei que o Google Reader acaba virando mais uma site para monitorar e editar no meio de tantos outros que é preciso ficar de olho no hard news do jornalismo online diário. Mesmo que o objetivo dele seja ser a única porta de chamada para o conteúdo que interessa, como dispensar a observação do peso que se dá àquela informação na edição do concorrente? Tudo bem, blogs não têm hierarquização de posts, mas não podemos esquecer que os veículos de comunicação de massa ainda usam os recursos básicos de organização em manchetes etc.

Para finalizar, devo ressaltar o seguinte. Se a função do jornalista é numa área menos imediatista como a minha, com mais tempo, em produção de reportagens mais aprofundadas ou que não têm o relógio como inimigo na publicação e edição, os dois agregadores acima devem servir mais eficientemente. Até porque dá para esperar chegar ao computador onde o Feedreader está instalado...

Nenhum comentário:

Postar um comentário